Como e quando o autismo se manifesta? Quais os primeiros sintomas? E pq é tão importante começar o tratamento o mais cedo possível?
O autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias. Embora o transtorno seja incurável, quando demora para ser reconhecido, esses neurônios não são estimulados na hora certa e a criança perde a chance de aprender.
Estudo mostrou que, enquanto nos Estados Unidos o diagnóstico é feito antes dos 3 anos de idade, no Brasil o transtorno só é identificado quando a criança já tem de 5 a 7 anos. Esse atraso agrava as deficiências do autismo e traz mais sofrimento para as famílias.
Sinais de autismo
Quais são os sinais típicos do autismo? Algumas características podem ajudar você a desconfiar quando a criança tem autismo. Desconfiar porque quem vai fazer o diagnóstico é o especialista.
Um dos sintomas mais comuns é quando a criança não responde ao ser chamada pelo nome. A criança parece surda. Você chama pelo nome, ela não responde.
Na presença de outras crianças, ela se isola. Não participa de brincadeiras coletivas. Ela evita o contato físico. Você vai fazer um carinho e ela se afasta. Parece que tomou um choque. É hiperativo. Anda pra lá e pra cá, mexe em tudo, não para um minuto.
Mais uma característica marcante: não apontar com o dedo para o objeto que quer alcançar.
Ela pega no seu braço e leva até ele, como se usasse a sua mão como uma ferramenta.
Ela pega no seu braço e leva até ele, como se usasse a sua mão como uma ferramenta.
A relação com os objetos - brinquedos, por exemplo - é diferente do esperado. Ela usa os objetos de uma forma muito particular. Ela pega um carrinho, vira ao contrário e é capaz de passar horas girando a rodinha.
Também não sabemos por que, mas pessoas com autismo parecem ter uma sensibilidade alterada. Podem cair no choro por causa de um simples toque. Mas, às vezes, se machucam feio e não demonstram sentir dor. Mesmo em dias muito frios, não se preocupam em se agasalhar.
A criança com autismo foge do contato visual. “Mesmo às vezes na primeira mamada. E é o momento em que seguramente o bebê olha nos olhos da mãe já com horas de vida. Algumas vezes você consegue detectar a falta desse contato”.
Hoje, testes clínicos permitem entender melhor essa dificuldade. No autismo, pode existir uma dificuldade em interpretar figuras. “O que a gente imagina? Que provavelmente ele observa o mundo de forma fragmentada. Se você somar essa dificuldade de visualizar o contexto, mais as dificuldades que eles têm de linguagem, você começa a perceber que o mundo deles é muito diferente do nosso”.
“Eles brincam mas, desinteressadamente ou extremamente interessados. É como se entrassem no brinquedo, tornando-se parte dele. As vezes brincam incansavelmente com o mesmo brinquedo. Não é um brincar lúdico, é uma coisa sistemática. A maioria das crianças autistas são extremamente sistemáticas. O mundo da criança com autismo é um mundo que ela tenta classificar, organizar, sistematizar”. A criança demonstra estar bem fazendo o que faz, estando onde está. Na maioria das vezes a sensação que os familiares tem, é que o autista está feliz da forma que ele está, fazendo o que quer, ouvindo e vendo o que lhe agrada. É um enigma? -Sim é! Quem realmente os conhece? Quem sabe como lidar com suas birras, suas crises de comportamento? Quem realmente entende sua linguagem, seus gestos, seus movimentos, seus olhares e seu silencio? Eles sentem frio, calor, fome, dor etc...ainda é muito questionado pelos pais e profissionais se as criança autista tem sentimentos como: amor, alegria, tristeza, saudade. Ainda se tem muito que estudar, muitas pesquisas serão feitas e só o tempo dirá o que realmente acontece com esses "anjos azuis", como nos aproximarmos deles e manter um contato real, de igual para igual no tempo deles obviamente.
Tantas e tantas dúvidas. Muitas perguntas e quase nenhuma resposta. Tentando entender o autismo é aprender a lidar com o desconhecido diariamente, com calma e sem pressa, sem criar expectativas demais. Cada dia é o recomeço, uma nova esperança, o crer numa luz no fim do túnel. Sempre em busca de qualidade de vida e aproximação.
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