terça-feira, 27 de agosto de 2013

CRISE X BIRRA DO AUTISTA -

HORA DAS CRISES E HORAS DAS BIRRAS - 
Uma das maiores dificuldades que pais e familiares de autistas têm é o ostracismo da síndrome, a falta de informação e cobranças da sociedade acerca dos comportamentos considerados "inadequados".
Cada autista é um autista, mas a situação mais chata e constrangedora no dia a dia é no quesito "birra".
Quando o autista ainda não fala, ele usa os pais para se comunicar não-verbalmente. No entanto, quando não consegue se fazer entender, ou quando algum evento o assusta, quando existe alguma coisa que ELE interpreta como negativo e nós não temos como saber NA HORA (principalmente quando se manifesta pela primeira vez), ele se joga no chão, chora MUITO, joga os membros para todos os lados, chutando freneticamente e gritando, identicamente à uma criança mal educada, mimada e birrenta.
Vamos esclarecer uma coisa: autistas também às vezes são mimados, mal educados e têm crises de birras. A diferença é que o autista quando entra em crise, não é uma birra. E só os pais e alguns profissionais que CONHECEM a criança que sabem diferenciar uma coisa da outra.
É muito CHATO e constrangedor você ter que acalmar sua criança, tentar mudar seu foco, tirá-lo da crise e a sociedade te cobrar um comportamento adequado naquele momento, cobrando-lhe inclusive que lhe dê um corretivo, afinal, no Brasil, é cultura da "palmadinha NADA educativa", e segundo os sábios detentores dessa educação super funcional, se não bater nele, ele me baterá.
Pena que no autismo isso é FATO. Em crise, ele torna-se agressivo e bate MESMO. As vezes cara e com muita força (olha só como tudo é uma questão de contexto). Não é uma questão de ser certo, algumas crianças agem assim por NÃO CONSEGUIR comunicar-se e não entender determinadas situações. A frustração gera agressividade, e quando conhecemos a situação, quando não somos tomados pelo preconceito e buscamos APRENDER acerca de uma determinada coisa, aprendemos também a RESPEITAR as pessoas que não agem tal qual esperamos ou achamos que devam agir.
O autista precisa de respeito, entendimento, e não de julgamentos e olhares reprovadores aos pais, que naquela situação já estão com uma carga enorme de stress. Como diz a máxima: "se não for ajudar, não atrapalhe".
Claro que observamos a vida do outro, é carnal, é humano. Mas é mais delicado perguntar, a reprovar previamente e condenar os pais com olhares e comentários desnecessários.
Para fins esclarecedores, sim, é possível "controlar" essas crises através de terapia, fono, atividades extra curriculares e vivências, mas requer tempo, e ainda assim, pode ser que existam crises mais espaçadas, porém existentes. Muito a se dedicar e muito a aprender ainda. Com muito amor, dedicação, paciência, muita calma e perseverança alcançaremos os "anjos azuis" algum dia.
*Baseado em relatos verdadeiros de mães e pais.

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