O câncer de mama é a neoplasia que mais atinge as mulheres em todo o mundo. O tratamento, porém, deve ganhar nos próximos anos um importante reforço. Trata-se do T-DM1, medicamento ainda em fase final de testes, apresentado durante a 48ª da reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), realizada em Chicago, nos Estados Unidos. A droga teve resultados satisfatórios no tratamento do câncer de mama metastático com superexpressão de HER2. O objetivo principal do novo medicamento é prolongar a sobrevida e retardar a evolução da doença sem causar os efeitos colaterais típicos da quimioterapia, melhorando, assim, a qualidade de vida das pacientes.
De acordo com o estudo, os pacientes que fizeram uso do T-DM1 apresentaram melhor controle da doença, redução do tumor e ganho de qualidade de vida em relação aos pacientes que não fizeram o uso da droga.
Entretanto, a oncologista da Oncomed dra. Letícia Carvalho ressalta que, apesar dos índices altamente positivos, a droga chega como uma opção a mais no tratamento, e não como uma solução definitiva. "O T-DMI é uma arma a mais no combate ao câncer de mama avançado, mas, antes dele, temos inúmeras opções de tratamento, tanto para tumores iniciais quanto para casos mais avançados", afirma. "O T-DMI não é uma droga preventiva. A prevenção do câncer de mama e o diagnóstico precoce são os principais armamentos no combate à doença, que deve, no entanto, ser orientada pelo mastologista e oncologista", completa.
O medicamento passará por aprovação da Anvisa e deve chegar ao Brasil entre 2014 e 2015.
Autoexame não basta
Os tumores de mama são, muitas vezes, diagnosticados pela própria paciente durante o autoexame das mamas. Apesar disso, estudos têm, cada vez mais, questionado a eficiência do método, uma vez que ele costuma indicar apenas tumores já bastante desenvolvidos. Pesa também contra o autoexame o fato de que o tratamento adequado e ágil minimiza os impactos da doença. Para tanto, quanto mais cedo identificada a doença, melhor.
Relativamente raro entre mulheres abaixo dos 35 anos, a taxa de incidência de câncer de mama feminino aumenta rápida e progressivamente após essa idade. A recomendação do Ministério da Saúde é que o exame clínico anual seja feito a partir dos 40 anos. Já para as mulheres entre 50 e 69 anos, a recomendação inclui um exame mamográfico a cada dois anos.
Além da idade, outros fatores de risco são: histórico familiar, obesidade, sedentarismo, exposição excessiva a hormônios, não ter filhos ou engravidar pela primeira vez após os 35 anos, menstruar muito cedo ou parar de menstruar muito tarde, exposição à radiação na região do tórax ou das mamas, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, entre outros.
Apesar da impossibilidade de prevenção total, a combinação de alguns hábitos saudáveis com os exames pode diminuir as chances de desenvolvimento da doença. Entre as medidas básicas para prevenir o câncer estão: não fumar, manter alimentação adequada, praticar regularmente exercícios físicos e cuidar do peso corporal.
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terça-feira, 21 de outubro de 2014
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