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Espectro Autista -
O conceito de Espectro Autista é hoje dividido basicamente em dois grupos, a saber: Baixo e Alto Funcionamento. O primeiro é aquele onde há também uma limitação intelectual (cognitiva) e pouca melhora sintomática (clínica) e o segundo é composto pelos indivíduos que possuem histórico típico de Autismo (atraso de fala, fala na terceira pessoa, déficit importante na interação, etc) e que melhoraram muito conseguindo se alfabetizar, dialogar, usar o pronome “Eu”, entre outras aquisições, demonstrando portanto uma inteligência normal, e pela Síndrome de Asperger (SA), que não possui atraso de fala, atraso no uso do pronome “Eu”, nem déficits cognitivos.
Os que são afetados pela Síndrome de Asperger raramente chegam ao consultório para diagnóstico antes dos 6 anos, pois os prejuízos não são evidentes nem importantes antes dessa idade, diferentemente dos indivíduos do outro grupo, em que os déficits de desenvolvimento no psiquismo global geralmente já estão presentes desde o nascimento/primeiro ano de vida. Ou seja, tanto os afetados pelo Transtorno do Espectro do Autismo de Baixo Funcionamento (TEABF) como os afetados pelo Transtorno do Espectro do Autismo de Alto Funcionamento não Síndrome de Asperger (TEAAF não SA), são diagnosticados por volta dos três anos.
Como quase que a totalidade dessa população aos 3 anos (TEABF e TEAAF não SA) é não verbal funcional e um dos melhores parâmetros de gravidade é o déficit da comunicação (e inversamente o prognóstico por sua qualidade positiva), todos serão classificados como graves.
Como o M-Chat (Modified Checklist for Autism in Toddlers — um breve questionário referente ao desenvolvimento e comportamento utilizado em crianças dos 16 aos 30 meses com suspeita de Autismo) não avalia a comunicação verbal, podemos ter uma visão da comunicação não verbal que é contemplada nessa escala pelos itens 6, 7, 15 e 16, que são respectivamente: apontar com o indicador para pedir alguma coisa, apontar com o indicador para mostrar interesse em alguma coisa, apontar para um brinquedo do outro lado da sala, (a criança) acompanha com o olhar, olhar para as coisas para as quais o adulto olha. Embora esses itens possam ser identificados como atenção partilhada, eles fazem também parte da comunicação proto-imperativa e proto-declarativa e sua melhora também gera melhora da comunicação verbal. Em pesquisa (ainda não publicada) realizada utilizando-se o M-Chat, em população de 135 crianças com suspeita de TEA e mediana de 36 meses de idade, foi encontrada a seguinte realidade: 47 (35%) apontavam o que queriam, 21 (15,5%) apontavam para mostrar, 32 (23%) olhavam o que os Pais e apontavam, e somente 6 (4,4%) olhavam para onde os Pais olhavam.
O ditado “A Deus o futuro pertence” é certo pois sabemos que a clínica apresentada nessa idade de 3 anos não prediz o futuro, o que significa que muitas pessoas melhoram tanto, que saem dos critérios do TEABF. Porém, também é verdade que “Não existe almoço grátis” o que significa que essa melhora significativa depende da implantação das terapêuticas já reconhecidamente eficazes, em grande quantidade e sob uma lógica coerente. Então a pergunta “Que grau de Autismo meu filho tem?” feita na 1ª. consulta por volta dos 3 anos de vida é uma verdadeira armadilha para todos (profissionais e família), pois se o médico mente dizendo que é leve/média e a família se acomoda, a criança não se desenvolve, e se o médico é simplesmente honesto, sem explicar essas questões acima, a família pode desanimar e o futuro da criança estará fadado à incapacidade.
Finalizando então, por mais grave que o quadro do TEA possa ser nos primeiros anos de vida, só saberemos o futuro pela reação positiva (desenvolvimento) da criança à medida que os tratamentos forem implantados.
Que tal fazer um porta trecos bem criativo?
Olha que legal esse vai e vem!!! Aposto que as crianças vão amar brincar com ele!!!
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segunda-feira, 28 de abril de 2014
GRAUS DO AUTISMO -
Espectro Autista -
O conceito de Espectro Autista é hoje dividido basicamente em dois grupos, a saber: Baixo e Alto Funcionamento. O primeiro é aquele onde há também uma limitação intelectual (cognitiva) e pouca melhora sintomática (clínica) e o segundo é composto pelos indivíduos que possuem histórico típico de Autismo (atraso de fala, fala na terceira pessoa, déficit importante na interação, etc) e que melhoraram muito conseguindo se alfabetizar, dialogar, usar o pronome “Eu”, entre outras aquisições, demonstrando portanto uma inteligência normal, e pela Síndrome de Asperger (SA), que não possui atraso de fala, atraso no uso do pronome “Eu”, nem déficits cognitivos.
Os que são afetados pela Síndrome de Asperger raramente chegam ao consultório para diagnóstico antes dos 6 anos, pois os prejuízos não são evidentes nem importantes antes dessa idade, diferentemente dos indivíduos do outro grupo, em que os déficits de desenvolvimento no psiquismo global geralmente já estão presentes desde o nascimento/primeiro ano de vida. Ou seja, tanto os afetados pelo Transtorno do Espectro do Autismo de Baixo Funcionamento (TEABF) como os afetados pelo Transtorno do Espectro do Autismo de Alto Funcionamento não Síndrome de Asperger (TEAAF não SA), são diagnosticados por volta dos três anos.
Como quase que a totalidade dessa população aos 3 anos (TEABF e TEAAF não SA) é não verbal funcional e um dos melhores parâmetros de gravidade é o déficit da comunicação (e inversamente o prognóstico por sua qualidade positiva), todos serão classificados como graves.
Como o M-Chat (Modified Checklist for Autism in Toddlers — um breve questionário referente ao desenvolvimento e comportamento utilizado em crianças dos 16 aos 30 meses com suspeita de Autismo) não avalia a comunicação verbal, podemos ter uma visão da comunicação não verbal que é contemplada nessa escala pelos itens 6, 7, 15 e 16, que são respectivamente: apontar com o indicador para pedir alguma coisa, apontar com o indicador para mostrar interesse em alguma coisa, apontar para um brinquedo do outro lado da sala, (a criança) acompanha com o olhar, olhar para as coisas para as quais o adulto olha. Embora esses itens possam ser identificados como atenção partilhada, eles fazem também parte da comunicação proto-imperativa e proto-declarativa e sua melhora também gera melhora da comunicação verbal. Em pesquisa (ainda não publicada) realizada utilizando-se o M-Chat, em população de 135 crianças com suspeita de TEA e mediana de 36 meses de idade, foi encontrada a seguinte realidade: 47 (35%) apontavam o que queriam, 21 (15,5%) apontavam para mostrar, 32 (23%) olhavam o que os Pais e apontavam, e somente 6 (4,4%) olhavam para onde os Pais olhavam.
O ditado “A Deus o futuro pertence” é certo pois sabemos que a clínica apresentada nessa idade de 3 anos não prediz o futuro, o que significa que muitas pessoas melhoram tanto, que saem dos critérios do TEABF. Porém, também é verdade que “Não existe almoço grátis” o que significa que essa melhora significativa depende da implantação das terapêuticas já reconhecidamente eficazes, em grande quantidade e sob uma lógica coerente. Então a pergunta “Que grau de Autismo meu filho tem?” feita na 1ª. consulta por volta dos 3 anos de vida é uma verdadeira armadilha para todos (profissionais e família), pois se o médico mente dizendo que é leve/média e a família se acomoda, a criança não se desenvolve, e se o médico é simplesmente honesto, sem explicar essas questões acima, a família pode desanimar e o futuro da criança estará fadado à incapacidade.
Finalizando então, por mais grave que o quadro do TEA possa ser nos primeiros anos de vida, só saberemos o futuro pela reação positiva (desenvolvimento) da criança à medida que os tratamentos forem implantados.
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Vânia Mara
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sexta-feira, 25 de abril de 2014
MINHA SUPER, BIG RECEITA DE BOLINHO DE BACALHAU -
BOLINHO DE BACALHAU DA VÂNINHA
Ingredientes:
3 colheres (sopa) de azeite
Alho
Cheiro verde picadinho
Cebola batidinha e temperos a gosto
6 batatas médias cozidas, descascadas e amassadas (+ ou - 900 g)
2 ovo batidos
700 g de bacalhau cozido e desfiado (+ ou - 3 xícaras de chá)
1 1/2 xícara (chá) de farinha de rosca (80 g)
1 colher (sopa) de azeite
Modo de preparar:
1 - Numa panela coloque o azeite, refogue o alho, a cebola picadinha até dourar.
2 - Transfira o refogado para numa tigela, adicione as batatas cozidas e amassadas, os ovos batidos, o bacalhau cozido e desfiado, a farinha de rosca e 1 colher (sopa) de azeite, salsa picadinha, pimenta-do-reino moída, sal a gosto e misture bem até formar uma massa homogênea.
3 - Pegue pequenas porções de massa, faça bolinhas e frite em óleo quente até dourar. Retire e escorra em papel absorvente. Sirva em seguida.
Ficam deliciosos, sequinhos e a família vai adorarrrr!!!
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Vânia Mara
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ACRESCENTE HÁBITOS SAUDÁVEIS A SUA VIDA -
1 – Livre-se do estresse
O primeiro passo a se tomar para ter uma vida com mais qualidade e tranquilidade é tentar evitar as situações de estresse e ansiedade. O que você puder evitar, tente e o que não puder, tente enfrentar de outra maneira para não deixar que o nervosismo tome conta.
Seja na sua casa ou no seu emprego, sempre promova conversas tranquilas e nunca dê atenção à brigas e discussões mais acaloradas. Assim, você encoraja todos a terem uma atitude mais calma mesmo diante de grandes problemas. Afinal, desesperar-se não vai resolvê-lo.
2 – Durma bem
Ter boas noites de sono, de no mínimo 7 horas, agrega muita qualidade à sua vida. Além disso, dormir bem é saudável. Observe-se e percebe se existe algo que incomoda o seu sono. Se for um problema psicológico, procure aconselhamento de um psicólogo. Se for uma condição física, não hesite em visitar o médico para tratar esse problema. Investir em boas noites de sono, pode te render uma vida mais agradável e saudável.
3 – Alimente-se com qualidade
Outro fator importante para se ter uma boa qualidade de vida é a alimentação, ela tem papel chave nessa empreitada. Procure sempre se alimentar de maneira saudável e sem exageros. Faça pequenas refeições ao longo do dia e nunca passe muito tempo sem comer. Caso tenha dúvidas sobre qual é a dieta ideal para você se alimentar de forma saudável, consulte um nutricionista.
4 – Faça exercícios regularmente
Exercícios também não podem faltar na rotina de quem quer ter uma vida saudável. Por isso, vale a pena largar o sedentarismo e colocar o corpo em movimento da forma que lhe for mais conveniente. Você pode correr na sua esteira vendo televisão, fazer uma caminhada no parque, ir à academia ou dar um mergulho na piscina com seus filhos – o que não pode é ficar parada.
5 – Divirta-se sempre que possível
A diversão também deve estar presente, afinal ela é necessária para que você relaxe fazendo coisas que ama. Pode ser vendo um filme ou saindo com as amigas para tomar um sorvete, por que não? Você merece e isso faz parte de uma vida prazerosa.
6 – Cuide da sua saúde
Fazer exames regularmente também é essencial para manter tudo em ordem na sua vida. Por isso, todo começo de ano organize uma programação para fazer os exames médicos de rotina para prevenir quaisquer doenças e vá ao médico sempre que notar algo de diferente ou suspeito na sua saúde.
7 – Fique de olho no seu ciclo menstrual
O seu ciclo menstrual pode dizer muito a respeito do seu estado emocional e físico de saúde. Sendo assim, é necessário observar constantemente se ele está regular e se tem algo de estranho no seu ciclo menstrual. A qualquer sinal duvidoso, o ideal é consultar a ginecologista para manter sua saúde em dia.
8 – Leia mais
A leitura além de ser uma atividade relaxante, também ajuda você a expandir seus conhecimentos, aguçar sua criatividade e até a se sentir melhor consigo mesma. Não há dúvidas de que essa é uma atividade muito indicada para quem deseja investir em qualidade de vida.
9 – Afaste a negatividade
Pensamentos negativos, apesar de serem apenas pensamentos, podem ter um impacto tão forte na sua vida que podem levar até sua saúde embora. Leve isso em consideração e afaste da sua mente tudo que for negativo e tente sempre ver o lado positivo de qualquer situação. Não guarde rancor e nem fique remoendo situações que já passaram. Pense no que ainda há de bom por vir e não nas coisas ruins que já aconteceram.
10 – Faça amigos
As amizades também são muito importantes para manter a qualidade da sua vida. Eles são um apoio na hora triste e são boas companhias nas horas felizes. Não é à toa que popularmente se diz que “os amigos são a família que a gente escolhe”. Valorize os relacionamentos que você tem, pois amizades verdadeiras podem gerar bons frutos tanto na sua vida quanto na vida dos seus amigos.
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Vânia Mara
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15:13
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FAZENDO ARTE COM A CRIANÇADA -
Sabe aqueles dias chuvosos ou frios em que as crianças ficam inquietas, agitadas e precisam ficar dentro de casa? Que tal você e elas se divertirem bastante fazendo coisas bem bacanas juntos???
Vamos plantar umas plantinhas?
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Vânia Mara
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14:35
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terça-feira, 15 de abril de 2014
DEPRESSÃO NA ADOLECÊNCIA
Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes.
O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.
• Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia;
• Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos;
• Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo);
• Insônia ou hipersônia;
• Agitação psicomotora ou apatia;
• Fadiga ou perda de energia;
• Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;
• Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza;
• Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida.
Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses. Durações mais longas, no entanto, podem ocorrer em casos associados a outras patologias psiquiátricas e em filhos de pais que também sofrem de depressão.
A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos.
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, idéias de grandeza e comportamentos de risco.
Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes.
Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira infância também aumentam o risco.
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Uma classe de antidepressivos conhecida como a dos inibidores seletivos da recapacitação da serotonina (fluoxetina, paroxetina, citalopran, etc.) é considerada como de primeira linha no tratamento em crianças e adolescentes e os estudos mostram que 60% respondem bem a esse tipo de medicação, que apresenta menos efeitos colaterais e menor risco de complicações por “overdose” do que outras classes de antidepressivos.
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Vânia Mara
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22:22
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DEPRESSÃO INFANTIL
O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social. São diferentes as manifestações da depressão infantil e dos adultos, possivelmente devido ao processo de desenvolvimento que existem na infância e adolescência.
A depressão foi considerada a principal doença psiquiátrica do século, afetando aproximadamente oito milhões de pessoas só na América do Norte (onde são feitas as principais pesquisas). A morbidade da depressão se reflete no fato de que os adultos deprimidos são 20 vezes mais propensos a morrer de acidentes ou de suicídio do que adultos sem transtorno psiquiátrico.
Crianças deprimidas perdem a iniciativa?
Perdem a iniciativa e deixam de aprender. Na escola, apresentam várias dificuldades de aprendizado e, num primeiro momento, são encaminhadas para a avaliação do oftalmologista, do otorrino, da fonoaudióloga. Passam também por testes específicos para o déficit de atenção e hiperatividade. No passado, o diagnóstico de depressão era feito por exclusão. Hoje se sabe que sintomas como alterações do apetite e do sono, diminuição da atividade física, medo excessivo, duradouro e persistente, são próprios da depressão infantil.
No tratamento das crianças com depressão há sempre necessidade do uso de medicamentos?
– Não. Na infância, conseguimos controlar alguns casos leves e reconhecidos precocemente com auxílio psicoterápico e a orientação dos pais. Entretanto, como a depressão tem um componente genético muito forte, a necessidade de medicação torna-se quase compulsória.
Como nos adultos, a medicação precisa ser usada por bastante tempo?
Não. Felizmente, a criança responde muito mais depressa aos medicamentos do que o adulto e, quanto menor for o tempo de uso da medicação, melhor. O que se faz, nesses casos, é indicar um antidepressivo numa dose a mais baixa possível até a criança começar a apresentar o comportamento esperado para a idade. Isso demora uns dois meses aproximadamente. Sedimentado esse comportamento, suspende-se o remédio, mas tanto a introdução, quanto sua retirada, é feita aos poucos, lentamente.
Às vezes, comentários na imprensa leiga sugerem que alguns medicamentos para a depressão infantil aumentariam a ocorrência de suicídios. Existe alguma relação cientificamente comprovada nesse sentido?
O que acontece é que adolescentes muito deprimidos pensam em morrer, mas a depressão é tão intensa que eles não têm o drive, o impulso para tentar o suicídio. Quando começam o tratamento para a depressão, o que primeiro melhora é a iniciativa e não o humor. Não é que o antidepressivo tenha um efeito colateral que leve ao suicídio. Não, infelizmente o humor é a última coisa que melhora.
Por isso, insistimos em que ninguém pode usar antidepressivos sem ser acompanhado de perto por um médico, porque é preciso reconhecer o momento em que há essa passagem ocorre e redobrar a atenção.
A depressão foi considerada a principal doença psiquiátrica do século, afetando aproximadamente oito milhões de pessoas só na América do Norte (onde são feitas as principais pesquisas). A morbidade da depressão se reflete no fato de que os adultos deprimidos são 20 vezes mais propensos a morrer de acidentes ou de suicídio do que adultos sem transtorno psiquiátrico.
Crianças deprimidas perdem a iniciativa?
Perdem a iniciativa e deixam de aprender. Na escola, apresentam várias dificuldades de aprendizado e, num primeiro momento, são encaminhadas para a avaliação do oftalmologista, do otorrino, da fonoaudióloga. Passam também por testes específicos para o déficit de atenção e hiperatividade. No passado, o diagnóstico de depressão era feito por exclusão. Hoje se sabe que sintomas como alterações do apetite e do sono, diminuição da atividade física, medo excessivo, duradouro e persistente, são próprios da depressão infantil.
No tratamento das crianças com depressão há sempre necessidade do uso de medicamentos?
– Não. Na infância, conseguimos controlar alguns casos leves e reconhecidos precocemente com auxílio psicoterápico e a orientação dos pais. Entretanto, como a depressão tem um componente genético muito forte, a necessidade de medicação torna-se quase compulsória.
Como nos adultos, a medicação precisa ser usada por bastante tempo?
Não. Felizmente, a criança responde muito mais depressa aos medicamentos do que o adulto e, quanto menor for o tempo de uso da medicação, melhor. O que se faz, nesses casos, é indicar um antidepressivo numa dose a mais baixa possível até a criança começar a apresentar o comportamento esperado para a idade. Isso demora uns dois meses aproximadamente. Sedimentado esse comportamento, suspende-se o remédio, mas tanto a introdução, quanto sua retirada, é feita aos poucos, lentamente.
Às vezes, comentários na imprensa leiga sugerem que alguns medicamentos para a depressão infantil aumentariam a ocorrência de suicídios. Existe alguma relação cientificamente comprovada nesse sentido?
O que acontece é que adolescentes muito deprimidos pensam em morrer, mas a depressão é tão intensa que eles não têm o drive, o impulso para tentar o suicídio. Quando começam o tratamento para a depressão, o que primeiro melhora é a iniciativa e não o humor. Não é que o antidepressivo tenha um efeito colateral que leve ao suicídio. Não, infelizmente o humor é a última coisa que melhora.
Por isso, insistimos em que ninguém pode usar antidepressivos sem ser acompanhado de perto por um médico, porque é preciso reconhecer o momento em que há essa passagem ocorre e redobrar a atenção.
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Vânia Mara
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RECEITA ESPECIAL DE NHOQUE - Super fácil e deliciosa!!!
NHOQUE DE MAIONESE
Ingredientes:
1 medida de leite (pode ser usada a medida que quiser, normalmente, uso xícara)
2 medidas e 1/2 de farinha de trigo (pode ser usado um pouco mais)
1 medida de maionese (pode ser light, se quiser)
1 pitada de sal.
Modo de fazer:
Misture em uma travessa todos os ingredientes misturando bem até formar uma massa.
Leve ao fogo brando e mexa bem até virar uma bola e desgrudar da panela. Esse é o ponto!
Coloque a massa aberta no mármore (ou na bancada) para esfriar mais rápido.
Em seguida, quando já estiver fria o suficiente para manuseá-la com as mãos, pegue pequenas partes, faça "tirinhas" e corte para ter o formato do nhoque tradicional.
Faça o molho de sua preferência
Coloque o nhoque em uma travessa ou refratário (não precisa ser untado), coloque o molho por cima, e por último, o queijo ralado.
Leve ao forno por mais ou menos 10 minutos, ou até o queijo ficar coradinho.
Bom apetite!!!
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Vânia Mara
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22:03
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DEFICIÊNCIA FÍSICA
O que é deficiência física?
Definição:
A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo(s) segmento(s) corpora(is) afetado(s) e o tipo de lesão ocorrida.
Tipos/características:
-• Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)
-• Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
-• Miopatias (distrofias musculares)
-• Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose)
-• Lesões nervosas periféricas
-• Amputações
-• Sequelas de politraumatismos
-• Malformações congênitas
-• Distúrbios posturais de coluna
-• Sequelas de patologias da coluna
-• Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
-• Artropatias
-• Reumatismo inflamatório da coluna e das articulações
-• Doenças osteomusculares (DORT)
-• Sequelas de queimaduras
-• Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
-• Miopatias (distrofias musculares)
-• Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose)
-• Lesões nervosas periféricas
-• Amputações
-• Sequelas de politraumatismos
-• Malformações congênitas
-• Distúrbios posturais de coluna
-• Sequelas de patologias da coluna
-• Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
-• Artropatias
-• Reumatismo inflamatório da coluna e das articulações
-• Doenças osteomusculares (DORT)
-• Sequelas de queimaduras
Causas:
As causas são as mais diversas. Em seguida serão apresentadas algumas:
-Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição.
-Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral.
-Lesão Medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas; traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos.
-Malformações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas desconhecidas.
-Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros.
Fatores de risco:
Violência urbana
-Acidentes de trânsito
-Acidentes desportivos
-Alto grau de estresse
-Tabagismo
-Maus hábitos alimentares
-Uso de drogas
-Sedentarismo
-Epidemias/endemias
-Agentes tóxicos
-Falta de saneamento básico
-Acidentes desportivos
-Alto grau de estresse
-Tabagismo
-Maus hábitos alimentares
-Uso de drogas
-Sedentarismo
-Epidemias/endemias
-Agentes tóxicos
-Falta de saneamento básico
Sinais de alerta:
-Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a cabeça, não sentar, não falar no tempo esperado).
-Perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade em membros superiores ou inferiores.
-Erros inatos do metabolismo.
-Doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
-Gestação de alto risco
-Perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade em membros superiores ou inferiores.
-Erros inatos do metabolismo.
-Doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
-Gestação de alto risco
Realizar exames pré e pós-natais favorecem a identificação e a prevenção primária e secundária desses sinais de alerta, minorando assim o agravamento dos quadros de limitação e de incapacidade.
Dados estatísticos:
A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que , em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se de 12 a 15%. Desses, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde – Coordenação de Atenção a Grupos Especiais, 1995).
1.2 Quem é o deficiente físico?
Claude Lévi-Strauss (o mesmo antropólogo cantado por Caetano Veloso em “Estrangeiro”) disse que as diferenças existem, devem ser reconhecidas e assumidas e não escondidas. Somos natural e biologicamente diferentes: nascemos branco, negro, amarelo, vermelho ou mestiço, homem ou mulher. Isso não quer dizer que necessariamente devamos ser desiguais. Diferença e desigualdade não são a mesma coisa. As crianças com deficiências, apresentam características que fogem do convencionado padrão de normalidade, mas devem ser consideradas com características individuais.
Esta mesma criança é um ser com direitos.
Existe, sente, pensa e cria. Pode não ver, mas não tem dificuldades em orientar-se ou fazer música. Pode não aprender conteúdo específico do currículo, mas pode destacar-se em uma atividade esportiva. Pode não ouvir, mas escreve poesia.
Segundo a confirmação da investigação e da prática clínica, a criança com paralisia cerebral, que é um dos tipos da deficiência física, apresenta essencialmente um comprometimento neuromotor. Porém, parece-nos bastante óbvio que, quando frente às que apresentam um grau de comprometimento severo, temos de discutir suas possibilidades e oportunidades de inclusão caso a caso, pois algumas delas necessitam de adaptações complexas e individualizadas.
As convicções sociais que caracterizam a noção de normalidade e ideal têm de ser amplamente debatidas, pois geram confusões e adiam a resolução dos problemas. Temos, cada vez mais, de reconhecer que o conceito de normalidade não pode se reduzir a um sentido biológico, ele tem de incluir um conceito de realização no sentido social.
A deficiência física pode apresentar comprometimentos diversos das funções motoras do organismo físico que variam em número e grau, de indivíduo para indivíduo dependendo das causas e da abrangência.
Esses comprometimentos relativos a deficiência física podem apresentar-se como:
•-leve cambalear no andar;
-necessidade do uso de muletas ou andador adequados para auxiliarem a execução da marcha;
-uso de cadeira de rodas que pode ser manobrada pelo aluno;
-uso de cadeira de rodas manobrada por terceiros devido á impossibilidade do aluno;
-uso de cadeira de rodas motorizada que poderá ser acionada por qualquer parte do corpo onde predomine alguma função voluntária.
-necessidade do uso de muletas ou andador adequados para auxiliarem a execução da marcha;
-uso de cadeira de rodas que pode ser manobrada pelo aluno;
-uso de cadeira de rodas manobrada por terceiros devido á impossibilidade do aluno;
-uso de cadeira de rodas motorizada que poderá ser acionada por qualquer parte do corpo onde predomine alguma função voluntária.
Esses problemas poderão estar associados ou não a:
-dificuldades de linguagem ( disartria, anartia,...);
-dificuldades visuais ( estrabismo, nistagmo, visão sub-normal,...);
-dificuldades auditivas com possibilidade de compensação com uso de aparelho específico;
•-semi-dependência para atividades da vida diária (AVD):
*higiene;
*alimentação;
*uso do banheiro;
*escrita;
*desenho;
*atividades que necessitem coordenação motora fina.
• -problemas do desenvolvimento cognitivo:
*dificuldades para o “fazer”;
*dificuldades para o “compreender o que está sendo visto”;
*dificuldades para compreender a linguagem.
-dificuldades visuais ( estrabismo, nistagmo, visão sub-normal,...);
-dificuldades auditivas com possibilidade de compensação com uso de aparelho específico;
•-semi-dependência para atividades da vida diária (AVD):
*higiene;
*alimentação;
*uso do banheiro;
*escrita;
*desenho;
*atividades que necessitem coordenação motora fina.
• -problemas do desenvolvimento cognitivo:
*dificuldades para o “fazer”;
*dificuldades para o “compreender o que está sendo visto”;
*dificuldades para compreender a linguagem.
1.3 Abordagens teóricas para crianças com deficiência física em decorrência da paralisia cerebral
É hoje consensual, de acordo com os grandes teóricos do desenvolvimento humano, que a ontogênese e a socialização estão fundidas na realização do ser humano. A ontogênese traduz o conjunto de transformações embrionárias e pós-embrionárias pelas quais passa o organismo vertebrado desde a fase do ovo até a forma adulta (GOULD, 1977).
Duas correntes teóricas no interacionismo, a elaborada por Piaget e seus seguidores e a defendida por teóricos soviéticos, em especial Vygotsky, dão sustentação aos referenciais teóricos analisados e apropriados quanto à solicitação da criança com deficiência física.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo da criança ocorre por meio de constantes desequilíbrios e equilibrações. O aparecimento de uma nova possibilidade orgânica na criança ou a mudança de alguma característica do meio ambiente, por mínima que seja, provoca a ruptura do estado de repouso - da harmonia entre o organismo e o meio - causando um desequilíbrio. São dois os mecanismos acionados para alcançar um novo estado de equilíbrio. O primeiro recebe o nome de assimilação e o outro, acomodação.
Piaget ainda divide a fase de desenvolvimento em dois períodos: período da inteligência sensorial-motora, que vai do nascimento até os dois anos de idade (constituído de seis estágios), e período pré-operacional, compreendido entre dois e sete anos de idade.
No interacionismo proposto por Vygotsky encontramos uma visão de desenvolvimento baseada na concepção de um organismo ativo, cujo pensamento é construído paulatinamente num ambiente que é histórico e, em essência, social. Nessa teoria é dado destaque às possibilidades que a criança dispõe a partir do ambiente em que vive. O pensamento infantil, amplamente guiado pela fala e pelo comportamento dos mais experientes, gradativamente adquire a capacidade de se auto-regular. Para Vygotsky o processo de formação do pensamento é portanto despertado e acentuado pela vida social e pela constante comunicação que se estabelece entre crianças e adultos, a qual permite a assimilação da experiência de muitas gerações.
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Vânia Mara
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NECESSIDADE ESPECIAL E AFETIVIDADE
Afetividade
Alguns fatores poderão contribuir, de forma positiva ou negativa, para o desenvolvimento global da criança que apresenta comprometimentos motores. Para toda criança, sua relação com o mundo depende das experiências com os indivíduos do meio, que tem, implicitamente, normas de caráter moral que regulam a participação de todos os indivíduos.
A forma como a família e a escola vêem essa criança poderá causar benefícios ou maléficos à evolução da sua afetividade porque elas são os elementos mais importantes na evolução da criança como um todo. Suas oportunidades de participação e ação dependerão do olhar que o meio estabelecer para formar a opinião da criança sobre sua importância nas relações sociais. E sabe-se que é nesse processo de oportunidades de convivência com regras de conduta e de participação nos jogos sociais que o indivíduo aprende normas sociais, é apresentado às primeiras noções de bem e de mal, de certo e de errado, de justo e injusto, de direitos e deveres. Isso favorece a construção das estruturas mentais operatórias necessárias à conquista, pela criança, dos valores morais necessários para agir e interagir adequadamente com o meio, ao mesmo tempo que ela compreende ser um elemento importante no mecanismo social: é um indivíduo que, em um momento, segue normas já estabelecidas, e, em outro, modifica as já existentes em um processo de adaptação aos novos tempos e necessidades.
Nesse aspecto, a criança aprende que é mais um elemento importante no contexto social, porque na troca com os demais, em um processo de cooperação, desenvolve-se intelectual e moralmente construindo valores como respeito mútuo e autonomia. Conclui que sua necessidade de ser respeitada pelos outros, exige reciprocidade, e isso permite que construa autonomia própria onde as respostas obtidas levam-na a consolidar ou descartar novos valores.
É nesse jogo de descobertas de seu próprio valor e de sua importância no jogo social que a criança encontra prazer em agir, sentindo-se motivada a prosseguir em suas ações transformadoras. Nesse processo podem coexistir dois sentimentos contraditórios que podem caminhar paralelamente: o prazer e a frustração. Porém, os dois têm importância relativa, já que existe aprendizado com os acertos e também com os erros. Tentativa e erro fazem parte importante de qualquer experiência, e não existem experiências que tenham como resultado somente o prazer.
Percebe-se que nas atitudes do meio está a idéia que ele passa para a criança: sua opinião é importante. Isso a faz sentir-se integrada e valorizada, estimulando-a a prosseguir na sua conquista de autonomia. Nesse aspecto, a creche e a escola têm papel preponderante porque, respeitando e aproveitando as relações de cooperação que nascem espontaneamente das relações entre as crianças, favorecem não somente a conquista como também o fortalecimento da autonomia.
Para a criança com os comprometimentos aos quais já nos referimos anteriormente é muito importante ser vista e compreendida como alguém que, por trás da deficiência, apresenta os mesmos sentimentos e desejos de toda criança, tem as mesmas necessidades de desenvolvimento e, por isso mesmo, precisa das mesmas oportunidades.
No período do nascimento aos três anos, toda criança precisa experienciar concretamente, por meio dos jogos lúdicos e das brincadeiras, todas as situações, todos os movimentos, todas as mudanças necessárias ao seu desenvolvimento global e, quando dificuldades ou impossibilidades dificultam essas vivências, o professor deverá “fazer com a criança”, proporcionando-lhe condições para explorar sensações que somente ela poderá sentir e, dessa forma, formar as estruturas básicas próprias do período sensório-motor que são fundamentais para seu posterior aprendizado. É preciso estar consciente de que, mesmo na condição de apêndice motor do professor, nenhuma ação deverá ser executada sem a concordância da criança, ou contra sua vontade, porque é preciso respeitar a criança como indivíduo em formação, não cabendo portanto, o “fazer por ela”.
“Segundo Piaget, o sujeito participa ativamente de seu desenvolvimento moral e intelectual para que possa construir e compreender que tipo de autonomia terá diante de seus parceiros. A moral é um fato social, sendo preciso construir, também, uma consciência social capaz de elaborar e respeitar regras morais.” (TAILLE, 1992)
“A criança tem necessidade de construir e fortalecer relações de confiança com outras pessoas, que lhe atribuem valor, cumprem o que prometem, fazem o que dizem que vão fazer ou o que é bom fazer. Esse sentimento é essencial nos primeiros anos de vida, pois dele depende a “liga ou a cola” das primeiras relações sociais, e também a construção da base afetiva sobre a qual serão erguidos a moral, a ética e o exercício da cidadania. Se ela não confiar em alguém, entrará no universo social com medo e sem alegria, o que gerará como conseqüência a falta deconfiança em si mesma. Atenta ao comportamento dos adultos, julga se demonstram que lhe atribuem valor e, ao mesmo tempo, se fazem o que falam. Os educadores da área infantil, além de ter conhecimentos teóricos que embasem a sua prática pedagógica, também devem inspirar confiança em seus pequenos alunos para estes saberem que poderão contar com alguém que lhes inspire confiança e segurança e que terão os conceitos morais ensinados defendidos com paixão no dia-a-dia.” (TAILLE, 2002)
A criança com deficiência física não é diferente no aspecto do desenvolvimento de sua afetividade. Ela poderá ser mais sensível às respostas do meio e mais atenta ao comportamento dos adultos, porque antes de existir “um relacionamento com ela” é preciso que se estabeleça um vínculo que começa com o processo de conhecimento e de descobertas que o professor estabelece com ela; das abordagens e estratégias que usa para sua aprendizagem; do empenho em buscar soluções e/ou adaptações para satisfazer suas necessidades de aprendizagem; da sua luta para que ela consiga e não desista nunca; da forma e de todas as formas que lhe transmite: “eu acredito em você” e, também não desiste dela enfim, como se vê, essa criança dará o melhor de si para alguém que se envolve e acredita em suas capacidades e possibilidades.
4.10 Trabalho em equipe
De fundamental importância, o trabalho de equipe não somente viabiliza uma estimulação global da criança como também pode prevenir, planejar e desenvolver uma ação bastante específica para a criança com deficiência física.
Dessa maneira, os contatos feitos entre a instituição que reabilita a criança e os outros agentes, como a família, a escola e outros grupos, são importantes à medida que possibilitam a intervenção, a conscientização, a informação e a implantação dos recursos, desde os preventivos até os que atendem às necessidades mais específicas da criança com deficiência física.
À equipe cabe o desenvolvimento de um trabalho multidisciplinar, nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas. Isso acontece quando são reconhecidos os casos pertencentes aos demais campos da especialização. Procede-se, então, ao encaminhamento da criança aos profissionais habilitados a fim de discutir o caso em equipe, procurando as soluções mais convenientes para cada caso.
O trabalho de equipe deverá ser colaborativo e solidário, de modo a permitir aos profissionais uma relação de respeito, com base em uma estrutura e limites nítidos para que haja harmonia de classe e aumento do conceito público.
Uma prática equilibrada e uma experiência centralizada na criança com deficiência física podem contribuir para evitar o desperdício de recursos e a frustração de esperanças, conseqüências freqüentes da mentalidade de que “o que é bom para um, é bom para todos”. Acreditar no potencial da criança é a imperiosa necessidade para a mudança na perspectiva social.
4.11 Papel da família
Considerando todos os aspectos que envolvem o crescimento e desenvolvimento da personalidade do ser humano, e também seu ajustamento aos diferentes âmbitos da sociedade em que vivemos, podemos afirmar que a família exerce um papel de suma importância dentro desse processo no que diz respeito à dinâmica de relacionamento e convivência. A família dependerá de todos os seus membros e das reações que eles tiverem, tanto frente aos problemas de ordem interna como aos causados por fatores externos, para que haja harmonia e boas condições de desenvolvimento para todos que dela fazem parte.
Quando se espera o nascimento de um filho, a expectativa dos pais é receber uma criança saudável, bonita e inteligente. É certo que ninguém espera ter um filho com deficiência, e quando isso acontece há frustração e desestruturação total da família. Diante de tal fatalidade, essa família buscará respostas às suas inquietações e, aos poucos, o trauma inicial dará lugar à tristeza e desolação, iniciando-se o processo de luto pelo sonho não concretizado. Esse doloroso processo continua com o lento ajustamento à realidade não esperada. Essa criança está à espera, necessitando de cuidados especiais, situação diante da qual se deseja que o luto inicial possa se transformar em luta diária.
O processo de ajustamento a essa nova situação de vida familiar determinará o tratamento e o bem-estar da criança especial e de toda sua família, sendo vital a cooperação dos pais, pois somente quando a família e a equipe de reabilitação atuam em parceria, integradas, poderão dar à criança as melhores oportunidades para o desenvolvimento das suas capacidades, quaisquer que sejam suas limitações.
Sentimentos confusos permeiam a convivência familiar dessa criança, mascarando ou deturpando ainda mais suas dificuldades quando se dá ênfase às deficiências e às impossibilidades, revestindo as interações de um caráter super protetor sob o qual a criança é encarada como um ser incapaz de pensar, ter vontades, aspirações ou desejos, como se fosse uma massa amorfa e sem personalidade. Essa criança poderá, tão somente, receber os cuidados básicos e ser impedida de ter acesso à real convivência familiar para participação, para trocas, para verdadeira integração no meio em que vive. Superproteção ou negligência são constantes na vida dessa criança, e podem ser impedimentos que agravam ainda mais suas deficiências, porque existe o reforço da influência humana. Se o outro mostra que não crê na capacidade de ação da criança, será certamente esse o retorno. A percepção da ineficácia desmoraliza e debilita mais que os obstáculos externos.
Surgem sentimentos como os de culpa pela condição do nascimento dessa criança, percebida como “castigo divino”. A esses sentimentos soma-se a limitação cultural, que impede os circunstantes de compreender o que seja realmente o quadro da deficiência, o que mascara anseios de cura, de milagres. A mãe tende a tomar para si mesma os cuidados desse filho como se fosse a única capaz de fazê-lo, impedindo assim a ajuda de outras pessoas. Pode, ainda, delegar a terceiros essa obrigação, numa tentativa de afastar-se das limitações e dos sentimentos contraditórios que a deficiência impõe. São situações muito conflitantes para uma família que se tornou “família especial”, na qual todos os integrantes precisam e merecem um tratamento adequado para se beneficiarem. Faz-se necessário um aprendizado que fortaleça a estrutura familiar existente agregando todos no mesmo objetivo reabilitacional, sabendo cada um o quê, porquê, para quê e como fazer para realmente integrar a criança com necessidades especiais no complexo familiar, promovendo sua interação adequada com o meio em que vive. Desse modo, ela aprende o que é o mundo, integrando-se e sentindo-se parte importante dele.
A criança com necessidades especiais somente terá um desenvolvimento saudável a partir do compromisso de seus pais de também se desenvolverem, isto é, de assumirem postura e atitudes que conduzam também o “crescer” com a criança. Os pais sentir-se-ão obrigados a adaptar-se à condição do filho especial; entretanto, é igualmente importante que seja dada à criança oportunidade para também se adaptar a eles.
Além dos pais, os demais filhos poderão ser afetados de diversas maneiras pela chegada de uma criança especial. Eles poderão sentir-se preteridos e negligenciados, já que o irmão especial requer muitos cuidados e tempo dos pais; poderão sentir-se talvez culpados pela deficiência desse irmão e enciumados por acharem que os pais só se importam com o filho especial, dando-lhe toda a atenção; poderão sentir-se pressionados para serem “os melhores” em todas as atividades (escola, esportes, profissão, etc.) para compensarem o “fracasso” do irmão deficiente.
Considerando o despreparo e as dificuldades enfrentadas pela família na qual existe um membro portador de necessidades especiais, entendemos ser de suma importância um acolhimento dos pais com o objetivo de contribuir para o processo de reestruturação familiar.
Sabemos que a orientação dos profissionais da reabilitação proporcionará a família que tem um filho especial experiências dentro das possibilidades, permitindo que essa criança desfrute de seus direitos e deveres, seja respeitada em suas limitações, mas valorizada por suas capacidades. Devemos ressaltar o papel do professor nesse contexto familiar como sendo de fundamental importância, pois esse será a ponte entre o aluno e família, transmitindo confiança, segurança, dando acolhimento e, por meio de um processo gradativo, conscientizando os pais a respeito, do valor e da importância da família para o desenvolvimento psicossocial dos filhos, e em particular do filho especial.
O professor poderá orientar os pais com relação à disciplina dessa criança especial. “Toda criança precisa de limites”. Muitas vezes esses pais poderão relutar em discipliná-la, repreendê-la, ensinar quais são seus reais limites, como faz com os outros filhos. Talvez porque pensem assim: “Coitadinha, já tem tantos problemas”, ou, “é tão limitada e sofre tanto”, e vão deixando a criança fazer o que bem quer, negligenciando seu papel de educadores em decorrência da pena que sentem pelo fato de o filho ser deficiente. A criança especial precisa e deve aprender a viver e conviver com a família e o mundo, entendendo que nem tudo o que deseja terá de ser feito pelos outros.
A tarefa de educar filhos não é fácil, porém consiste, em grande parte, em bom senso, reforçado por um interesse sincero e pelo amor. É um compromisso consciente entre pais e filhos, de confiança e respeito mútuos. Para BUSCAGLIA (1993, p.41), “disciplinar crianças deficientes, de forma sensata e dentro de seus próprios limites especiais, não é cruel, mas ao contrário, pode representar uma atitude de maior generosidade”.
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