Falando sobre TDAH
O TDAH é reconhecido como o transtorno que mais afeta, negativamente, a auto-estima de seus portadores. Crianças e adultos com TDAH são particularmente mais vulneráveis a baixa auto-estima do que as outras pessoas.
Isto se deve em parte porque, ao contrário de alguns distúrbios, pessoas com tdah não conseguem esconder que têm o transtorno. No colégio, no trabalho, no parque, e nas ocasiões de convivência em geral, a impulsividade do tdah o denuncia rapidamente, e seu comportamento é imediatamente reconhecido como ‘inconveniente’, expondo-o a uma situação de embaraço. Por outro lado, as respostas vindas do meio externo (família, colegas de classe ou trabalho, professores, chefes, etc.), frequentemente são de critica, repressão, descrédito ou chacota.
A inabilidade para esconder o distúrbio e o feedback negativo que eles recebem, contribuem severamente para que sintam como se estivessem sempre errados ou fazendo besteiras. Sentem-se incompetentes e incapazes de fazer qualquer coisa direito.
Algo que colabora ainda mais para a auto-estima negativa é que, ao contrário de outros distúrbios, o TDAH não causa simpatia. Enquanto uma criança deprimida, por exemplo, geralmente é tratada com carinho e paciência, a criança com TDAH tende a gerar frustração, irritação e impaciência naqueles que estão ao seu redor. O tempo todo, por todos os lados a criança ouve: “Pare de se mexer”, ”Pare de interromper”, “Pare de falar tanto”, “Isto é preguiça”, “Isto é má vontade”, “Você não presta atenção porque não quer”, etc. Claro que isto contribui para que a criança com TDAH sinta como se estivesse sempre fazendo alguma coisa errada, e como se as pessoas não gostassem dela, por ela ser ‘do jeito que é’. Infelizmente, ter TDAH muitas vezes coloca a criança mais perto da extremidade mais baixa de seus sentimentos gerais de auto-estima.
Crianças com TDAH costumam ter baixa autoe-estima nos principais grupos de convívio, como a escola, família e entre os amigos.
Existem ouras áreas, entretanto, onde as crianças com TDAH podem desenvolver sentimentos positivos, a respeito de si mesmas. A auto-estima é permeada por vários fatores, como auto-confiança e a auto-aceitação.
Mas, você sabe o que é verdadeiramente auto-estima e quais as consequências na vida de uma pessoa com baixa auto-estima?
A auto-estima basicamente se refere a uma avaliação subjetiva que a pessoa faz de si mesma num todo, como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau. A auto-estima envolve tanto crenças pessoais, ("Eu sou competente/incompetente", "Eu sou benquisto/malquisto") quanto emoções associadas, (triunfo/desespero, orgulho/vergonha).
A auto-aceitação é uma postura positiva com relação a si mesmo. Inclui elementos como estar satisfeito e, de acordo com suas próprias expectativas, respeito a si próprio sem comparar-se aos outros em escalas de ‘melhor’ ou ‘pior’.
A Auto-confiança é uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa ou coisas específicas, de fazê-lo bem, de conseguir alcançar alguma coisa, de suportar determinadas dificuldades e de poder prescindir de algo.
Para entender melhor, vamos pegar um exemplo fictício.
Uma pessoa com TDAH passa a vida toda sem ter conhecimento do transtorno, sem o diagnóstico. Ela tem problemas na escola, não consegue aprender – porque na verdade não consegue se concentrar, mas ela não sabe disto; Nem os pais e nem os professores. Por mais que todos se empenham, nada funciona, e a criança vai de mal a pior na escola. Em poucos anos de vida escolar, estudar é sinônimo de suplicio. Ela tem certeza de que é ‘burra’ e incapaz de aprender. Os professores dizem que ela é distraída, ‘não quer nada com a vida’. Os pais a chamam de preguiçosa, os colegas de classe fazem chacota e a excluem. Esta pessoa chega à vida adulta sem auto-aceitação (afinal, se ninguém a aceita, por que ela se aceitaria?), sem auto-confiança (não se sente capaz), e por consequência, com auto-estima muito baixa.
Se, no entanto, esta mesma criança for muito boa em um esporte, por exemplo, e tiver a oportunidade de descobrir e mostrar este talento, a configuração pode mudar. Ela pode vir a ter o respeito dos colegas, passar a ser incluída em alguns grupos, e apesar dela continuar se sentindo incapaz de aprender, ela adquire auto-confiança quanto ao seu talento esportivo. A partir desta perspectiva, ela poderá atingir um nível de aceitação social, o que poderá melhorar sua auto-estima.
Desta forma, descobrir outros campos de atividades e relações sociais onde a criança possa ter um talento natural e desenvolvê-los, é uma das melhores ferramentas para ajudar a alavancar uma imagem positiva de si mesmo.
Mas lembre-se que os talentos naturais, são ‘expressos’ espontaneamente pela própria criança. È importante que os pais não projetem suas fantasias e desejos nos filhos
Em geral na pré-escolar, as crianças são capazes de expressar como se sentem sobre si mesmas em uma variedade de áreas. Chamamos isto de ‘aptidão’, neste sentido, os pais devem ficar atentos aos interesses e inclinações naturais da criança, visando incentivá-los, na medida em que surjam.
Quanto mais atividades e experiências a criança tiver, onde possa se sentir bem com ela mesma, maior será seu potencial de desenvolvimento. Como muitas crianças com TDAH se inibem facilmente, por medo de errar, e se privam de novas experiências, particularmente aquelas que envolvem potencial para o fracasso ou rejeição social, certifique-se de criar experiências simples que ofereçam uma chance altíssima de sucesso.
Fonte: http://tdah-fortaleza.blogspot.com.br/
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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
A AUTO ESTIMA DAS PESSOAS TDAH
Postado por
Vânia Mara
às
16:36
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